Fé Em Deus
Emmanuel
G - Cap. II - Item 7
Antes de Jesus, profetas e guerreiros
asseveravam agir em nome da fé em Deus.
Moisés, conquanto venerável pela
fidelidade e pela justiça, não hesitava na aplicação da ira, admitindo
representá-lo.
Josué presumia proclamar-lhe a
grandeza com bandeiras sanguinolentas, ao submeter populações inermes, além do
Jordão.
David supunha dignificá-lo, quando
conquistou a montanha de Sião, à custa do pranto das viúvas e dos órfãos.
Salomão acreditava reverenciá-lo, ao
consumir a existência de numerosos servidores, amontoando madeiras e metais
preciosos na construção do templo famoso que lhe guardou a memória.
E todos nós, em várias reencarnações,
temos pretendido honorificar a fé em Deus, fomentando guerras e espoliando os
semelhantes, através das crises de fanatismo e das orgias de ouro.
*
O Espiritismo, porém, nos revela
Jesus, abraçando o serviço espontâneo à Humanidade como sendo a tradução da
própria fé.
Embora livre, transfigurou-se em
servidor da comunidade estendendo mais imediata assistência aos que se
colocavam na última plana da escala social.
Sem nenhum juramento que o obrigasse
a tratar dos enfermos, amparou os doentes com extremada solicitude.
Não envergava toga de juiz e
patrocinou a causa dos deserdados.
Distante de qualquer compromisso na
paternidade física, chamou a si as criancinhas.
Fora de todos os vínculos da
política, ensinou o acatamento às autoridades constituídas.
Profundamente franco, era humilde em
excesso com os ignorantes e com os fracos, e, profundamente humilde, era
franco, tanto quanto se pode ser, com todos aqueles que conheciam as próprias
responsabilidades, à frente dos preceitos divinos, fugindo de respeitá-los.
Passou no mundo, abençoando e
consolando, esclarecendo e servindo, mas preferiu morrer a tisnar o mandato de
amor e verdade que o jungia aos desígnios do Eterno Pai.
*
Para nós, os cristãos encarnados e
desencarnados, seja na luz da Doutrina Espírita ou ainda ausentes dela, é
importante o exame periódico dos nossos testemunhos pessoais de religião, na
experiência cotidiana, para sabermos o que vem a ser fé em Deus em nós e fé em
Deus no Mestre que declaramos honrar.
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel
e André Luiz. Opinião espírita, cap 58. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet.
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