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terça-feira, maio 20, 2025

Privações Do Corpo E Provações Da Alma - André Luiz

 


 Privações Do Corpo E Provações Da Alma


André Luiz

E - Cap. XVII - Item 11


O homem, não raro, nas horas difíceis, lança mão de recursos extremos e, por vezes, ilógicos, para diminuir o sofrimento próprio ou alheio, qual acontece nas provas desesperadoras, no sentido de suprimir agonias morais ou curar doenças insidiosas. 


Daí nasce o contra senso dos ofícios religiosos remunerados de que se alastram antigos e piedosos enganos, como sejam:


a recitação mecânica de fórmulas cabalísticas;


os sacrifícios inúteis visando prioridade e concessões;


as promessas esdrúxulas;


os votos inoportunos;


as penitências estranhas;


os auto-castigos em que a vaidade leva o rótulo da fé; 


os jejuns e as mortificações a expressarem suicídios parciais;


o uso de amuletos;


o apego a talismãs;


o culto improdutivo do remorso sem qualquer esforço de corrigenda na restauração do caminho errado...


Contudo, ao espírita-cristão compete despojar-se de semelhantes conceitos acerca do Criador e da Criação, cristalizados na mente humana através de numerosas reencarnações.


Para nós, não mais existe a crença cega.


Em razão disso, não mais nos acomodamos à ideia do milagre como sendo prerrogativa em favor de alguém sem merecimento qualquer.


De igual modo, urge compreender os mecanismos das Leis Divinas, dispensando-se, ante os lances atormentados da existência terrestre, toda a atitude ilusória ou espetacular.


Omissão não resolve.


E em matéria de comportamento moral a renovação da vida, abstenção do serviço no bem de todos, é deserção vestida de alegações simplesmente acomodatícias, dentro da qual o crente não apenas foge das responsabilidades que lhe cabem, como também ainda exige presunçosamente que Deus se transforme em escravo de suas extravagâncias.


Situa-nos a Doutrina Espírita diante de nós mesmos.


Estamos espiritualmente hoje onde nos colocamos ontem.


Respiraremos amanhã no lugar para onde nos dirigimos.


Usemos a oração para compreender as nossas necessidade, solucionando-as à luz do trabalho sem o proposto de ilaquear os poderes divinos.


A Lei é equânime, justa, insubornável.


A criatura, - gota igual às demais no oceano imenso da humanidade Universal, - não é cliente de privilégios.


Eis porque, ao invés de procurar, espontaneamente, penitências improdutivas para nós, é imperioso buscar voluntariamente o auxílio eficiente aos semelhantes.


Espiritismo é sublime manancial de energia espiritual. 


Haurindo forças, acatemos sem revolta aquilo que a Vida nos oferece, trazendo paz na consciência e entendimento no coração.


O mundo atual prescinde de quantos se transformam em ascetas  eremitas de qualquer condição.


Até a penalogia moderna procura imprimir utilidade às horas dos presidiários, valorizando-lhes a reeducação em colônias, à busca de regeneração moral e social.


E a própria psiquiatria, presentemente, institui a laborterapia para que os enfermos da alma se recuperem, pela atividade edificante.


Para o espírita, portanto, a Vida e o Universo surgem ajustados à lógica e esclarecidos na verdade.


Apelemos para os recursos da prece, a fim de que sejamos sustentados em nossos próprios deveres, reconhecendo, porém, que Deus não é vendedor de graças ou doador de obséquios, em regime de exceção, e sim o Criador Incriado, perfeito em todos os seus atributos da justiça e de amor.


XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. Opinião espírita, cap 51. Jesus Cristo:  Ilustração Reproduzida da Internet. 

 

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