Perigo
Emmanuel
Cap. IX – Item 1
Cada vez que a irritação te assoma aos escaninhos
da mente, segues renteando sinal de perigo.
Mesmo que tudo pareça conspirar em teu prejuízo,
não convertas a emoção em bomba de cólera a explodir-te na boca.
Desequilíbrio que anotes é apelo da vida a que lhe
prestes cooperação.
Quando as águas, em monte, investem furiosas sobre
a faixa de solo que te serve de habitação, levantas o dique, capaz de
governar-lhe os impulsos.
Diante do fogo que te ameaça, recorres, de pronto,
aos extintores de incêndio.
Toda vez que o curto-circuito reponta na rede
elétrica, desligas a tomada de força para que a energia descontrolada não opere
a destruição.
Assim também, quando a prova te visite, não
transfigures a língua em chicote dos semelhantes.
Se agressões verbais te espancam os ouvidos, ergue
a muralha do dever fielmente executado, em que te defendas contra o assalto da
injúria.
Se a calúnia te alanceia, guarda-te em paz, no
refúgio de prece.
Se a dignidade ofendida, dentro de ti, surge
transformada em aceso estopim para a deflagração de revolta, deixa que o
silêncio te emudeça, até que a nuvem da crise te abandone a visão.
Sobretudo à frente de qualquer companheiro
encolerizado, não lhe agraves a distonia.
Ninguém cura um louco, zurzindo-lhe o crânio.
Se alguém te lança em rosto o golpe da intemperança
de espírito ou se te arroja a pedrada do insulto, desculpa irrestritamente, e
se volta a ferir-te, é indispensável te reconheças na presença de um enfermo em
estado grave, a pedir-te o amparo do entendimento e o socorro da compaixão.
XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap 39. Estevão : Ilustração Reproduzida da Internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”