Minutos de Paz !

terça-feira, julho 15, 2025

Ternura - Meimei




Ternura

Meimei

Cap. XIV – Item 3


Mãezinha querida.


Lembro-me de ti quando acordei para recordar.


Debruçada no meu berço, cantavas baixinho e derramavas no meu rosto pequeninas gotas de luz, que mais tarde, vim a saber serem lágrimas.


Conchegaste-me no colo, como se me transportasses a brandos ninhos, desde então nunca mais me deixaste.


Quando os outros iam à festa, velavas comigo, ensinando-me a pronunciar o bendito nome de Deus... 


Noutras ocasiões, trabalhavas de agulhas nos dedos, contando histórias de bondade e alegria para que eu dormisse sonhando...


Se eu fugia, quebrando o pente, ou se voltava da escola com a roupa em frangalhos, enquanto muita gente falava em castigos, afagavas minhas mãos entre as tuas ou beijavas os meus cabelos em desalinho.


Depois cresci, vendo-te ao meu lado, à feição de um anjo entre quatro paredes... 


Cresci para o mundo, mas nunca deixei de ser, em teus braços, a criança pela qual entregaste a vida.


E, até agora, dia a dia, esperas, paciente e doce, o momento em que me volto para teus olhos, sorrindo pra mim e abençoando-me sempre, ainda mesmo quando os meus problemas te retalhem o peito por lâminas de aflição!...


Hoje ouvi a música dos milhões de vozes que te engrandecem...


Quis apanhar as constelações do Céu e misturá-las ao perfume das flores que desabrocham no chão, para tecer-te uma coroa de reconhecimento e carinho, mas, como não pudesse, venho trazer-te as pétalas de amor que colhi em minh’alma.


Recebe-as Mãezinha!... 


Não são pérolas, nem brilhantes da Terra... 


São as lágrimas de ternura que Deus me deu para que te oferte o meu coração, transformado num poema de estrelas.


Meimei

 

XAVIER, Francisco Cândido; Waldo Vieira Por Espíritos Diversos. Espírito da verdade, cap 51. Mãe e Filha:  Ilustração Reproduzida da Internet. Arte: Athen_93.


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