Perdoados, Mas Não Limpos
Emmanuel
Tema principal
Reunião pública de 4-8-1961.
1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 24.
Em nossas faltas, na maioria das vezes somos imediatamente perdoados, mas não limpos.
Fomos perdoados pelo fel da maledicência, mas a sombra que
tencionávamos esparzir na estrada alheia permanece dentro de nós por agoniado
constrangimento.
Fomos perdoados pela brasa da calúnia, mas o fogo que arremessamos à cabeça do próximo passa a incendiar-nos o coração.
Fomos perdoados pelo corte da ofensa, mas a pedra atirada aos
irmãos do caminho volta, incontinenti, a lanhar-nos o próprio ser.
Fomos perdoados pela falha de vigilância, mas o prejuízo em nossos vizinhos cobre-nos de vergonha.
Fomos perdoados pela manifestação de fraqueza, mas o desastre que provocamos é dor moral que nos segue os dias.
Fomos perdoados por todos aqueles a quem ferimos, no delírio
da violência, mas, onde estivermos, é preciso extinguir os monstros do remorso
que os nossos pensamentos articulam, desarvorados.
Chaga que abrimos na alma de alguém pode ser luz e renovação nesse mesmo alguém, mas será sempre chaga de aflição a pesar-nos na vida.
Injúria aos semelhantes é azorrague mental que nos chicoteia.
A serpente carrega consigo o veneno que veicula.
O escorpião guarda em si próprio a carga venenosa que ele
mesmo segrega.
Ridiculizados, atacados, perseguidos ou dilacerados, evitemos
o mal, mesmo quando o mal assuma a feição de defesa, porque todo o mal que
fizermos aos outros é mal a nós mesmos.
Quase sempre aqueles que passaram pelos golpes de nossa irreflexão já nos perdoaram, incondicionalmente, fulgindo nos Planos Superiores;
no entanto, pela lei de correspondência, ruminamos, por tempo indeterminado, os quadros sinistros que nós mesmos criamos.
Cada consciência vive e evolve entre os seus próprios
reflexos.
É por isso que Allan Kardec afirmou, convincente, que, depois da morte, até que se redima no campo individual,
“para o criminoso a presença
incessante das vítimas e das circunstâncias do crime é suplício cruel.”
XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 47. Jesus Cristo: Ilustração Reproduzida da Internet.
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