Doenças da Alma
Emmanuel
Tema principal
Reunião pública de 7-8-1961.
1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 7.
Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é possível acredites estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física.
Entretanto, é preciso pensar que as moléstias do espírito também
se contam.
O companheiro que te fala, aparentemente tranquilo, talvez guarde no peito a lâmina esbraseada de terrível desilusão.
A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o
coração ensopado de lágrimas.
Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a
impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na
direção da loucura.
Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinquência.
É que as enfermidades do espírito atormentam as forças da
criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre.
Aqui, o egoísmo sombreia a visão;
ali, o ódio empeçonha o cérebro;
acolá, o desespero mentaliza fantasmas;
adiante, o ciúme converte a
palavra em látego de morte…
Não observes os semelhantes pelo caleidoscópio das aparências.
É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e
desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas
existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração.
O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
Deixa, assim, que a compaixão retifique em ti próprio os
velhos males que toleras nos outros.
Se alguém te fere ou desgosta, debita-lhe o gesto menos feliz
à conta da moléstia obscura de que ainda se faz portador.
Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do
Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo da
Misericórdia Divina: “Compadece-te!”
Todos somos enfermos pedindo alta.
Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.
E mesmo que te vejas na obrigação de corrigir alguém, — pelas
reações dolorosas das doenças da alma que ainda trazemos, — compadece-te mil
vezes antes de examinar uma só.
XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel .Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 48. Ilustração Reproduzida da Internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”