Contrassensos
Emmanuel
Tema principal
Reunião pública de 17-11-1961.
1ª Parte — Cap. I — Item 2.
Quando a gota se viu semelhante a uma gema valiosa, na folhagem da primavera, insultou o rio em que se formara:
Sai da frente, monstro do chão.
Quando o tronco se agigantou diante do firmamento, blasfemou contra a própria raiz:
Não me sujes os pés.
Quando o vaso passou pela cerâmica em que nascera, gritou, revoltado:
Não suporto essa lama.
Quando o ouro se ajustou ao palácio, indagou da terra que o produzira:
Que fazes aí, barro escuro?
Quando a seda brilhou, na pompa da festa, disse à lagarta que lhe dera a existência:
Não te conheço, larva mesquinha.
Quando a pérola fulgiu, soberana, exigiu da ostra em que se criara:
Não te abeires de mim.
Quando o arco-íris se reconheceu admirado pelo pintor, acusou o sol de que se fizera:
Não me roubes a luz.
Copiando esses contrassensos figurados da natureza, o homem insensato, quando erguido ao pedestal do orgulho pelos abusos da inteligência;
costuma escarnecer de si próprio, afirmando jactancioso:
A vida é poeira e
nada, e Deus é ilusão.
XAVIER, Francisco Cândido ditada pelo Espírito Emmanuel . Justiça divina : estudos e dissertações em torno da obra “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. , cap 75. Ilustração Reproduzida da Internet.

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