Introspecção e Reencarnação
André Luiz
O estudo da reencarnação não interessa unicamente ao exame
do passado, às demonstrações do renascimento da alma na ascensão evolutiva;
fala, mais profundamente, ao reequilíbrio de nós mesmos.
Não precisamos exumar personalidades que já desapareceram na
ronda inflexível do tempo, a fim de nos certificarmos quanto à realidade dos
princípios reencarnacionistas.
Recorramos à introspecção.
Pausemos na atividade cotidiana de quando em quando para
observar-nos, no âmago do ser, e constataremos a expressão multiface de nosso
espírito.
Aí, na solidão do plano íntimo, em análise correta e
desapaixonada, surpreenderemo-nos tais quais somos e, confrontando os impulsos
que nos caracterizam a índole com os conhecimentos superiores que vamos
adquirindo, esbarramos, de chofre, com as individualidades que temos vivido em
muitas existências.
Depois de semelhante auto-auscultação, vejamos o próprio
comportamento na vida exterior.
Encontraremos, então, o traço dominante de nossa natureza
múltipla no trato com pessoas e situações pelas reações que elas nos causam.
O que mais nos assombra é o desnível de nosso senso de amor
e justiça, de vez que há circunstâncias em que pleiteamos tolerância e
desculpa, quando por dentro estamos plenamente convencidos de que somos
responsáveis e puníveis por faltas graves e, há criaturas que nos merecem o
máximo apreço, sem que sintamos por elas nada mais que aversão e vice-versa.
Determinemos, por nós mesmos, as oportunidades que falamos
disso ou daquilo, escondendo cautelosamente a opinião verdadeira que
alimentamos no assunto, atendemos à nossa arte de despistar quando os nossos
interesses estejam em jogo e verificaremos que a cortesia, em certas ocasiões,
não passa de capa atraente que nos guarnece a astúcia, no encalço de certos
fins.
Não nos propomos ao comentário no intuito de arrasar-nos ou
deprimir-mos. Longe disso, sugerimos o tema com o objetivo de fomentar a
pesquisa clara e benéfica da reencarnação, em nós mesmos, sem necessidade de
quaisquer recursos à revelações outras, ao modo de pessoa que acende um luz
para conhecer os escaninhos da própria casa.
Estudemos a lei dos renascimentos na vida física, dentro de
nós.
Não nos poupemos, diante da verdade, para que a verdade nos
corrija.
Não basta que o discípulo tenha um mestre digno para senhorear
disciplina determinada. É necessário que ele se informe quanto às lições e se
aplique a elas.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Sol nas
Almas, 50, CEC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”