Verdadeira identidade
Qual é sua identidade?
Quando alguém lhe faz essa pergunta, é natural que você
busque um documento de identificação e o apresente a quem o solicita ou, então,
decline o número que traz guardado na memória.
Mas você já se deu conta de que esse documento de identidade
é válido somente para o mundo físico?
Quando você fizer a grande viagem de retorno ao mundo
espiritual, deixará tudo o que diz respeito a este mundo na aduana do túmulo e
seguirá apenas com os seus recursos pessoais.
Suas obras serão a sua identificação. Elas falarão em seu
favor ou contra você.
Por essa razão, vale a pena pensar em tudo o que diga
respeito aos verdadeiros valores da vida.
Mesmo que você tenha um valioso relógio de ouro, o que
falará em seu favor será o que tiver feito das suas horas.
Ainda que ocupe um cargo importante junto aos homens, o que
falará de você será sua autoridade moral.
Pode possuir roupas de grife e esmerar-se na aparência,
mantendo-se sempre impecável, sua testemunha de defesa será o sentimento com
que reveste suas ações.
Mesmo que possua os calçados mais caros e finos do mundo,
sua identidade serão os seus passos.
Ainda que se adorne das mais belas joias e enfeites raros,
somente as ações no bem lhe garantirão a beleza da alma.
Por mais que possua títulos e honrarias, a honradez será a
virtude que lhe abrirá as portas da felicidade.
Assim, entendemos que não serão as coisas que possuímos que
se constituirão em nossa identidade no mundo espiritual, mas o que efetivamente
tivermos realizado.
Em verdade, os bens materiais não são obstáculos à conquista
das virtudes, mas não podem ser confundidos com estas.
Pensemos na grandeza das credenciais de Madre Teresa de
Calcutá, de Irmã Dulce, do Doutor Bezerra de Menezes e de tantos anônimos que
deixaram a Terra em silêncio e foram recebidos com todas as honras no Além.
Madre Teresa, em sua simplicidade e humildade, jamais deixou
de falar com firmeza dos ideais nobres que defendia diante de quem quer que
fosse.
As autoridades mundiais calavam-se ante aqueles dois olhos
miúdos que traziam um brilho singular. Mais pareciam duas estrelas engastadas
num rosto marcado pelas agruras da vida.
Irmã Dulce, uma criaturinha franzina e de saúde frágil, era
possuidora de uma fortaleza ímpar.
Sua simples presença já dava notícias de sua
grandeza moral.
Doutor Bezerra de Menezes, conhecido como médico dos pobres,
foi reconhecido político de nosso país e jamais se deixou enredar nas malhas da
indignidade e da insensatez.
Dedicou-se com amor aos sofredores de toda ordem e fez da
sua vida um exemplo de doçura.
De volta ao mundo espiritual, será que essas pessoas
precisaram apresentar sua identidade, ou será que suas obras falaram em seu
favor?
Considerando que todos teremos que fazer a viagem de volta,
mais cedo ou mais tarde, seria oportuno que fizéssemos um pequeno balanço em
nossa bagagem para verificar o quanto de bens eternos já temos guardado.
Mas é importante lembrar que somente poderemos levar conosco
as aquisições que tenham o selo dos bens eternos.
* * *
Os bens materiais são excelente meio de evolução para os
homens, se usados com sabedoria e justiça.
Mas sempre vale a pena lembrar as sábias palavras do Mestre
de Nazaré:
De que adianta ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma?
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita Disponível em www.momento.com.br
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