André Luiz
Quem assestar a observação pessoal em torno de si,
descobrirá que o mundo se constitui de recantos multifaces, atraindo reflexões,
qual se os olhos fossem caleidoscópios para visões de profundidade nos domínios
da alma.
De trecho em trecho, um quadro sugerindo meditações:
O campo cultivado, embora a rudeza do solo;
O charco absorvendo considerável extensão de terra boa;
O jardim florindo, conquanto, às vezes, adubado a detritos;
O espinheiro deitando acúleos sobre gleba fértil;
A casa singela de quatro aposentos, em muitas ocasiões,
aguentando mais de vinte pessoas;
O edifício de formação enorme, superlotado de comodidades,
carregando apenas dois ou três habitantes;
A árvore sacrificada pela influência de parasitas e
ofertando frutos em todas as direções;
O tronco opulento, rico de galharia, a revestir-se de beleza
sem a mínima utilidade;
A fonte distribuindo benefícios, apesar de movimentar-se
entre montões de pedras e areia;
O repuxo multicolorido que impressiona a vista sem saciar a
sede, posto que situado no reconforto da praça pública.
Do mesmo modo encontramos o mundo moral em que respiramos.
Muitos se queixam de imperfeições e dificuldades; inúmeros
não enxergam as oportunidades e os talentos que usufruem.
Se todos temos empeços, todos igualmente desfrutamos
vantagens.
Uns, possuindo vastos recursos, ocasionam prejuízos sem
conta; outros, cercados de obstáculos, produzem valores imperecíveis.
Dirijamos
as lentes do estudo desapaixonado sobre nós mesmos e perceberemos, de imediato,
o que realmente somos e o que podemos ser, em matéria de bem ou mal, para os
outros, na ordem da vida, tudo dependendo da aplicação de nosso livre-arbítrio.
XAVIER, Francisco Cândido Xavier e VIEIRA, Waldo pelo
Espírito André Luiz. "Sol nas Almas", 30, edição CEC.
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