Carnaval é tempo de festa ou reflexão? Regina Medeiros
Para se entender o carnaval e outras festas populares, é
necessário lembrar que a Terra ocupa o segundo lugar na escala evolutiva, por
ser um planeta de provas e expiações.
Aqui, e em mundos semelhantes, encarnam
espíritos recém saídos da barbárie, dando os primeiros passos na sua história
evolutiva e esses espíritos trazem consigo um grupo de sensações ou pulsões que
precisam ser extravasadas para que não se voltem contra a sociedade em que
encarnaram.
Em verdade, estamos encarnados para reprimirmos as más
tendências e adquirir elementos espirituais positivos como o amor, a
solidariedade, o respeito ao próximo e as diferenças, em uma palavra,
desenvolver as faculdades positivas do espírito.
A festa é o momento em que o espírito tem a oportunidade de
por para fora, não necessariamente, o que ele tem de pior mas as suas emoções
mais profundas.
Como somos espíritos altamente imperfeitos, as nossas festas
quase sempre explicitam emoções do tipo primário.
Muitos espíritas julgam ser inofensiva a sua participação
nas festividades carnavalescas, afirmando que não lhes traria qualquer dano
espiritual. Entretanto, sabemos que estas festividades não se desenvolvem em
clima de sadia e fraterna atividade.
Sabemos também que a influência dos espíritos em nossas
vidas é um fato inegável, a depender da nossa sintonia.
Se estamos em
equilíbrio espiritual, sintonizaremos com espíritos bons e elevados. Se nos
envolvemos em sentimentos e pensamentos de baixa vibração, atrairemos
companhias espirituais compatíveis com estas emoções.
A quantidade de espíritos inferiores que nos cerca, é muito
grande, principalmente por ocasião dessas festividades públicas, onde os
excessos de todos os gêneros são praticados por grande quantidade de pessoas,
que passam a propiciar clima mental às influenciações dos delinquentes e
viciados do plano espiritual inferior.
Espíritos ligados aos vícios e excessos são atraídos, em
grande quantidade para estas celebrações, porque através das práticas de
sexualidade desregrada, do uso excessivo e
abusivo de drogas e de álcool, poderão satisfazer suas
pseudo-necessidades de retomar seus vícios e indignidades do passado, através
da influenciação e da consequente vampirização dos encarnados, que docilmente
lhes aceitam as sugestões, por sintonizarem ainda, com estas práticas
primitivas e bárbaras.
“A grande concentração mental de milhões de pessoas, na
fúria carnavalesca, irradiações dos que participavam ativamente, enlouquecidos,
e dos que, por qualquer razão, se sentiam impedidos, afetava para pior a imensa
área de trevas, ao tempo em que esta influenciava os seus mantenedores...” (1).
Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 713, refere a
seguinte resposta dos Espíritos:
“O homem, que procura nos excessos de todo
gênero o requinte do gozo, coloca-se abaixo do bruto, pois que este sabe
deter-se, quando satisfeita a sua necessidade, abdica da razão que Deus lhe deu
por guia e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância
confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual.
As doenças,
são, ao mesmo tempo, o castigo à transgressão da lei de Deus.”(2).
As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem
preparativos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das
alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo
inspiradas por entidades vinculadas às sombras.
Tais espíritos buscam vitimas
em potencial “para alijá-las do equilíbrio, dando inicio a processos nefandos
de obsessões demoradas”.
Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os
seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas
atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações
que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito
enlouquecer uma vez por ano.
“Em face dos desconcertos emocionais que os exageros
festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação
espiritual perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de espíritos
infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e sincronizam com as mentes
desarvoradas” (3).
“Passada a onda de embriaguez dos sentidos, os rescaldos da
festa se apresentarão nos corpos cansados, nas mentes intoxicadas, nas emoções
desgovernadas e os indivíduos despertarão com imensa dificuldade para
adaptar-se à vida normal, às convenções éticas, necessitando prosseguir na
mesma bacanal até a consumpção das energias.”(4).
A Doutrina Espírita, nos conscientizando sobre as
necessidades espirituais do ser humano, perfectível, que busca sem cessar a
auto-iluminação, e, nos revelando as leis morais da vida, essenciais ao
desenvolvimento do ser integral, nos direciona para a transformação moral e a
maturidade espiritual necessárias ao progresso planetário.
E, como nosso imperativo maior é a Lei do Progresso, um dia,
todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade
desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a
jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza
e a arte, sem agressão nem promiscuidade, dentro de um mundo melhor, pacífico e
fraterno.
Referências bibliográficas
1. FRANCO,Divaldo P. pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda- “Nas Fronteiras da
Loucura”, p. 137.
2. KARDEC, Allan . O Livro dos Espíritos, questões 713 e 714.
3. FRANCO,Divaldo Pereira pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda: “Entre os
dois mundos”, p. 61.
4. FRANCO,Divaldo Pereira pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda: “Entre os
dois mundos”, capítulo 4.
Fonte
SEMEADORES DE LUZ. Disponível em http://semeadoresdeluz.blogspot.com.br/2011/02/visao-espirita-do-carnaval.html . Acesso: 14 FEV 2015.
Referenciando as palavras do saudoso expositor espírita e
fundador da rádio Rio de Janeiro, Geraldo de Aquino:
"Não critiquemos os companheiros que ainda sentem
necessidade de participarem das festas carnavalescas em busca de alegria, que
infelizmente não é a alegria real.
Se em um passado recente na atual reencarnação , não tivemos
necessidade de participar dessa festa profana, certamente em um passado remoto,
em reencarnações anteriores, já o fizemos".
O que devemos é sem fanatismo, em nossas orações diárias,
orarmos pelos Trabalhadores Espirituais que estão atuando junto a população e
aos foliões, protegendo-os nesses dias de comemoração, em busca de momentos da
pseudo alegria.
Que Jesus e os Espíritos Nobres que trabalham em nome de
Jesus, amparem a todos nesses dias dedicados a Momo.
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