Um vaso útil ao Mestre
Ele se chamava Ananias e era sapateiro em Emaús.
Conhecera
Jesus na tarde trágica do Calvário.
Tinha ido a Jerusalém para as comemorações
da Páscoa e encontrara a cidade tomada por movimento inusitado.
Acompanhara o drama pungente de Jesus pelas ruas da cidade
santa, condoendo-se de Sua marcha penosa, seguindo o cortejo até o monte.
Do alto da cruz, Jesus lhe lançou um olhar inesquecível.
Era
um chamado, um convite.
Teve notícias, três dias depois, da ressurreição do Mestre e
então, procurou Simão Pedro para conhecer melhor a personalidade Daquele Homem.
Aceitou de imediato o Evangelho, tendo retornado a Emaús,
disposto dos seus bens e tornado a Jerusalém, associando-se aos apóstolos
galileus, nas primeiras atividades da Casa do Caminho.
Vivera em Jerusalém, algum tempo, indo de bairro em bairro,
no seu mister de divulgador.
Deixando aquelas terras, estacionara em diversas aldeias,
pregando as verdades de Jesus Cristo, rumando para Damasco, na Síria.
Sob as ordens de Jesus, Ananias procura o jovem Saulo de
Tarso na hospedaria onde se acolhe, após ter tido seu glorioso encontro com
Jesus, na estrada de Damasco.
Ananias é um homem de cabelos brancos, respeitável e diz ao
tarsense, cego desde a visão de Jesus:
Irmão Saulo, Jesus, que Te apareceu na estrada de Damasco,
mandou-Me ao teu encontro para que voltes a ver.
Que extraordinária lição. O perseguido vem atender ao seu
perseguidor, porque o Cristo assim lhe dissera.
Teríamos nós a grandiosidade dessa fé? Ananias sabia que
Saulo viera a Damasco para o prender.
É Ananias que aconselha Saulo a amadurecer as idéias,
preparando-se para o seu apostolado, o que o faz procurar o velho mestre
Gamaliel, em Palmira e internar-se, no deserto de Dan, em sequência.
Depois de passar 3 anos no deserto, Saulo retorna a Damasco
e é novamente Ananias quem o recebe.
Tendo pregado na sinagoga, no segundo sábado de sua
permanência na cidade, Saulo recebe ordem de prisão e se acolhe, a conselho de
Ananias, em casa de humilde lavadeira.
O ancião é preso.
Desejam que confesse onde se encontra o
moço de Tarso, que ousara macular a sinagoga falando a respeito do Mestre da
Galiléia.
Durante 24 horas permaneceu incomunicável.
Recebeu vinte
bastonadas que lhe deixaram o rosto e as mãos gravemente feridas.
Ao interrogatório, respondeu com firmeza: Saulo deve estar
com Jesus, o que, conforme sua consciência, não equivalia a mentir aos homens,
mas também não comprometia o amigo fiel.
É Ananias que vem ao encontro de Paulo de Tarso, logo após a
sua decapitação e lhe diz: Desde a revelação de Damasco, dedicaste os olhos ao
serviço do Cristo! Contempla, agora, as belezas da vida eterna, para que
possamos partir ao encontro do Mestre amado!
* * *
Grande lição de amor nos oferece Ananias: em nome de Jesus,
vai ao encontro de seu perseguidor e não somente o auxilia, quanto o abraça e o
chama irmão.
Torna-se-lhe amigo fiel e incondicional.
Uma das colunas de
sustentação da tarefa extraordinária de Paulo, o apóstolo.
Pensemos nisso e imitemo-lo.
Redação do Momento Espírita, com base nos caps. IX e X, pt.
1 e nos caps. I e III, pt. 2 do livro
Paulo e Estêvão, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. Feb.Disponível em www.momento.com.br
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