O advento do consolador
Cairbar Schutel
O mundo passava por momentos decisivos, transformadores,
oferecendo condições para o surgimento de uma nova humanidade.
Ao mesmo tempo,
ocorria o rompimento com ideias cristalizadas do passado no campo da religião e
da cultura.
No século imediatamente anterior à Codificação, foram
lançados os alicerces da renovação do pensamento ocidental com os chamados
iluministas que definiram uma arena de fermentação de ideais arrojados,
apontando para um futuro glorioso no qual o homem assumiria o comando de si
mesmo, aprendendo a valorizar a liberdade de pensar, falar e agir.
O do século dezoito que apresentou o início de uma nova era,
propriamente dita.
O homem foi sacudido pelo vendaval das mudanças ocorridas
nos diferentes campos do saber humano.
Discutiu-se muito, surgiram as ciências
diversificadas tanto na área das relações humanas como nas voltadas para o
estudo das conexões nervosas, com o objetivo de melhor compreender a mente.
A
religião, anteriormente abalada em seus fundamentos, encontrava-se oscilante, de
um lado, entre católicos fielmente vinculados aos ditames da igreja de Roma ou
aos renovadores da contra reforma protestante,os jesuítas,e de outro, aos
adeptos da igreja Reformada que, então, se auto intitulavam reformadores.
O Cristo era, então, o centro para onde convergiam todas as
discussões, os debates, as disputas e as intrigas.
Homens de fé, teólogos
respeitáveis, ou simples sacerdotes eram tomados por um frenesi, uma agitação
febril, muitas vezes doentio, sempre com o intuito de demonstrar a grandeza e a
superioridade das interpretações teologais.
Entre estes, poucos se deixavam manter-se no silêncio e na
oração, buscando Jesus no íntimo do ser.
Angustiados, vezes sem conta se viam
jogados de um lado para outro, como frágil barco na tempestade.
O século seguinte, o dezenove, nasceu desse caldo de idéias
revolucionárias.
Muitas rebeliões e revoluções surgiram, em conseqüência, no
velho continente europeu para ao final, delinear e organizar as nações do mundo
atual.
O século dezenove, século das revoluções liberais passou à história como
uma época de construção civil, política, sobretudo religiosa.
Foi quando Jesus saiu dos altares e dos púlpitos, reuniu
seus servos fieis e estabeleceu que era chegado o momento de materializar o
Consolador, por Ele prometido, no mundo das formas.
A Humanidade encontrava-se
mais lúcida, já detinha valores morais e conhecimentos suficientes para começar
a exercitar a lei de amor, explicitada no seu Evangelho de luz e amor.
Sob os sons vibrantes de novas clarinadas, uma etérea e
argêntea luz espalhou-se pelo Planeta, e, um exército de servidores,
constituídos por soldados devotados e compromissados com o Bem Maior,
organizou-se uma invasão em todos os recantos, convidando a Humanidade para
receber o Cristo no coração, servindo ao próximo, amando e protegendo-o.
Médiuns surgiram aos borbotões para trazer à Terra a
mensagem Sublime do Céu.
Em l8 de abril de 1859 um coro de Espíritos peregrinos,
uniram-se em cântico celestial para fazer o mundo conhecer o Livro dos Espíritos.
Livro imortal, gravado no infinito com chispas de luzes do coração amoroso do
Senhor.
A Verdade chegou por meio do zelo, cuidado, amor e muito
senso de responsabilidade do Sr. Hippolite Leon Denizard Rivail que, sob o
impacto da luz e do amor de Jesus abstraiu-se de si mesmo, livrando-se daquela
personalidade de mestre lionês para se converter no humilde servidor,
denominado Allan Kardec.
O Livro dos Espíritos foi forjado, assim, nas oficinas
divinas e continua representando o legado espiritual do Cristo para Humanidade.
Cairbar Schutel.
Mensagem psicográfica recebida no dia 16.04.15, na FEB, por
Marta Antunes.
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