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quarta-feira, novembro 18, 2015

Diálogo sobre o amor - Eros





Diálogo sobre o amor

Eros


A jovem discípula acercou-se do mestre, e, ruborizando-se, pediu-lhe que falasse do amor.


O sábio sorriu, e, desculpando-se, perguntou-lhe o que ela considerava como sendo o amor.


Emocionando-se, a aprendiz explicou:


- Compreendo o amor, como sendo a ânsia que experimentam as praias, que aguardam os beijos sucessivos das ondas contínuas do mar;


“como a sofreguidão que tem a raiz de introduzir-se no solo, a fim de sustentar a planta;


“como a expectativa da rocha que anela pela carícia do vento, embora se desgaste com isso;


“como o desejo infrene da terra crestada, pela generosidade da chuva;


“como a flauta aguarda pelo sopro que lhe arranca das entranhas a doce melodia;


“como o barro esquecido pede ao oleiro que lhe dê forma e beleza;


“como a semente que necessitava despedaçar-se, para libertar a vida;


“como a lâmpada apagada que exige a energia para brilhar.


“O amor é o sangue novo para o coração e o vinho bom para aquecer a criatura, quando o frio lhe enregela a vida.


“Assim vejo e sinto o amor.


“E vós, como vedes o amor?"


- O amor é o doce e compreensivo companheiro da criatura em todos os dias da sua vida.


“Se esta é jovem, ei-lo que se apresenta, ardente e apaixonado, como no teu caso, mas que segue adiante.


'-—“O amor é calmo e ameno.


“Não incendeia paixões; dulcifica-as.


“Confundido com o desejo, permanece, quando este passa.


“Nunca se irrita; porque espera.


“Considerado como instinto, persiste, quando descoberto pela razão.


“Jamais perturba; pois que felicita e produz harmonia.


“O amor é claridade que permanece; é pão que nutre; é vida que se irradia da Vida.


“Mesmo quando não identificado, encontra-se presente, porque, sem ele, a vida não existe ou perderia o sentido de ser.”


A jovem ardente, empalideceu, e, submissa, à voz do amor, pediu ao mestre:


- Ensinai-me a amar, eu que agora corro em busca do amor, sem dar-me conta que, em mim, ele se deve irradiar, abrangente, em todas as direções.


- Não te apresses, no amor, e descobrirás que já começaste a amar, quando sentires necessidade de doar e doar-te sem desejares receber nada em retribuição.


Quando a dúvida lhe chegue, maliciosa, indague ao amor qual a conduta a seguir.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Eros. Do livro Em algum lugar do futuro, 2.ed, 1987, p. 04. 

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