Meditar para agir
Eros
Fascinado pela realidade transcendente, o asceta abandonou o
mundo que lhe parecia hostil, e mergulhou em profunda meditação, no santuário
da Natureza
Direcionando o pensamento para a busca divina, logrou superar os condicionamentos corporais, passando a gozar da plenitude.
As viagens do desdobramento espiritual se lhe amiudaram, e,
atendido por discípulos emocionados, que passaram a acompanhá-lo,
encarregando-se da manutenção das necessidades físicas, que se lhe tomaram
mínimas, ao retornar, cada vez, mais exaltava o transe, preconizando o desprezo
pela Terra.
Longos dias passava em meditação, realizando o milagre de
viver no mundo e conviver com os Mestres nas Altas Esferas, volvendo sempre,
mais triste e mais amargo face aos seus limites humanos.
Num grande encontro espiritual defrontou venerando Mestre,
que o esclareceu:
- Reencarnaste para viver no mundo e servir os homens.
Recomeçaste a experiência para ajudar, daqui havendo partido com a tarefa de
transformar o meio doente, no qual se movimentam as criaturas.
Foste investido do dever de
conduzir a esperança e acender as luzes da fé e do amor nos corações e mentes
infelizes.
Certamente, o reconforte que experimentas na Vida Estuante é
recompensa, que somente se logra após a ação praticada e a luta vencida.
“Fugir do mundo é entorpecer o sentimento e anestesiar a
razão".
“Volta à convivência com os companheiros e dá-lhes o que
tens conquistado".
Ajuda-os a ascender.
A meditação é um meio para alcançar-se a
ação do bem, que é a finalidade superior da vida.”
Após uma pausa, que se fez natural, o Mensageiro concluiu:
- Buscando a realidade transcendente, ama o teu irmão caído
e levanta-o, a fim de que, juntos, se ergam às cumeadas redentoras.
O asceta caiu das regiões felizes, e, abrindo-se ao amor e à
compaixão na Terra, tornou-se uma lição viva de caridade e fé, descendo aos
homens para aprender a subir a Deus, porque somente na ação se revelam os
propósitos de todo aquele que diz crer.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Eros. Do livro Em
algum lugar do futuro, 2.ed, 1987, p. 06-07.
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