51-A USINA
Casimiro Cunha
Ao lado da queda d‘água, se existe o rumor da usina, é justo considerar a lição que o quadro ensina.
Da corrente que despenha, aumentando atividade, parte o fluido vigoroso que vibra eletricidade.
Transforma-se a cachoeira em gerador de energia, que a usina prestigiosa traduz com sabedoria.
A primeira exprime força suscetível de criar, a segunda é o vaso amigo que procura aproveitar.
Uma dá, outra recebe com bondade e diligência; semelham-se a ordem calma ao lado da obediência.
Desse acordo delicado nasce o gérmen do processo, em que se organiza o bem do conforto e do progresso.
Desde então, vencida a sombra, há luzes pelos espaços, alimento à grande indústria, serviço a milhões de braços.
Por servir e obedecer, bondosa, confortadora, vem a usina a converter-se na sublime benfeitora.
O quadro revela os olhos, em nobres clarões sem véus, a cachoeira incessante, desgraças que vêm dos céus.
Quando houver em cada homem a obediência da usina, toda a Terra brilhará no trono da Luz Divina.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 51, p.52.
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