65-O CUPIM
Casimiro Cunha
Causa pena olhar o campo quando pobre de verdura, sofre a terra a intromissão do cupim que a desfigura.
Debalde a vegetação se estende em ramaria, o solo não apresenta a mesma fisionomia.
O cupim obstinado multiplica-se em rebentos, parece que o chão se cobre de tumores pustulentos.
Em vão, a chuva convida às forças de produção, debalde o Sol traz a luz de paz e renovação.
Não faltam bênçãos do Céu que atendam aos dons da vida, mas a terra permanece desolada e ressequida.
O cupim vai provocando estrago, calamidade, e o campo mostra ruínas, miséria, esterilidade.
Às vezes são necessários muito esforço, muitas dores, por expulsar a família dos insetos invasores.
Sem trabalhos decididos por parte da agricultura, o cupim transforma a terra numa extensa sepultura.
Lembremos, vendo esse quadro da esfera dos lavradores, as almas avassaladas de ideias inferiores.
Sê forte em qualquer trabalho, cada luta é uma lição.
Tristezas e desalentos são cupins no coração.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 65, p.66.
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