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quinta-feira, julho 29, 2021

73-O INCÊNDIO - Casimiro Cunha

 


 

73-O INCÊNDIO

Casimiro Cunha


Elevam-se labaredas. . .


O fogo ameaçador foi centelha, mas agora é incêndio devorador.


Ninguém lhe conhece a origem obscura, nebulosa, ninguém sabe onde se oculta a mão rude e criminosa.


A fogueira continua buscando mais alto nível, aumentando de extensão quando ganha em combustível.


Estalam antigos móveis, prosseguem a destruição; em torno anseio infinito, amarga desolação.


Língua rubra, formidanda, varre agora a cumieira.


Toda a casa se esboroa. . .


Sob a ação dessa fogueira.


Desdobra-se o nobre esforço de amparar e socorrer, a bondade põe-se em campo, ciosa do seu dever.


Entretanto, embora o auxílio dos trabalhos de emergência, a nota predominante é o carvão da experiência.


Assim é o mal neste mundo: A princípio, sem que doa, envolve a perversidade em forma de coisa a toa.


Depois, é o braseiro extenso, o furor incendiário, que atinge distância enorme com a lenha do comentário.


Vigia-te a cada instante, atende, pensa, examina!


Todo incêndio começou na fagulha pequenina.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 73, p.74.

 

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