73-O INCÊNDIO
Casimiro Cunha
Elevam-se labaredas. . .
O fogo ameaçador foi centelha, mas agora é incêndio devorador.
Ninguém lhe conhece a origem obscura, nebulosa, ninguém sabe onde se oculta a mão rude e criminosa.
A fogueira continua buscando mais alto nível, aumentando de extensão quando ganha em combustível.
Estalam antigos móveis, prosseguem a destruição; em torno anseio infinito, amarga desolação.
Língua rubra, formidanda, varre agora a cumieira.
Toda a casa se esboroa. . .
Sob a ação dessa fogueira.
Desdobra-se o nobre esforço de amparar e socorrer, a bondade põe-se em campo, ciosa do seu dever.
Entretanto, embora o auxílio dos trabalhos de emergência, a nota predominante é o carvão da experiência.
Assim é o mal neste mundo: A princípio, sem que doa, envolve a perversidade em forma de coisa a toa.
Depois, é o braseiro extenso, o furor incendiário, que atinge distância enorme com a lenha do comentário.
Vigia-te a cada instante, atende, pensa, examina!
Todo incêndio começou na fagulha pequenina.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 73, p.74.
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