A ação terapêutica dos Espíritos nas
doenças físicas
doenças físicas
Vitor Ronaldo Costa
*Artigo publicado originalmente na Revista Internacional de Espiritismo, Julho de 2003
O advento do Espiritismo serviu para confirmar a veracidade de expressivo alerta evangélico: a humanidade terrena jamais se sentirá abandonada pelo Senhor Jesus. O consolador prometido pelo Mestre estabelecer-se-ia na crosta com a finalidade de relembrar as suas palavras e nos brindar com outros ensinamentos alvissareiros.
De fato, a literatura mediúnica espírita premia a sociedade terrenacom informações valiosas, estimula a esperança dos que enfrentam a aflição das enfermidades e melhor qualifica a fé daqueles que confiam na providência divina. Assim sendo, o que vamos comentar serve para destacar a participação da espiritualidade maior a serviço do Cristo,nas questões relativas à saúde humana.
As intercessões do Alto em favor dos desvalidos abrangem imensa parcela da população, muito embora, nem sempre, a criatura encarnada se aperceba dos benefícios espirituais recebidos. Até onde temos conhecimento, as ações terapêuticas dos bons espíritos em princípio, se concretizam de duas maneiras: nas chamadas reuniões de “curas” realizadas na intimidade das instituições espíritas; e, durante o
desdobramento perispirítico, geralmente, à noite, quando as pessoas se encontram adormecidas, independentemente da formação religiosa de cada uma.
O conhecido espírito André Luiz, em uma de suas obras, comenta o intenso intercâmbio assistencial entre os dois planos da vida, a se processar diariamente em locais da crosta, previamente escolhidos, por conta das condições vibratórias ambientais favoráveis. É senso comum, desde épocas remotas, que determinadas regiões se prestam à recuperação de grande número de enfermidades e os bons espíritos são profundos conhecedores desses detalhes. Não há como negar a excelsitude do clima de montanha, propício ao repouso da mente e ao fortalecimento do corpo físico; a qualidade energética do ar atmosférico bem mais concentrado de prana vital nas proximidades da orla marítima; assim como a atmosfera rarefeita e suave dos bosques,matas e locais densamente arborizados. Em verdade, apesar d estagiarmos num planeta de provações e expiações, a providência divina o dotou de regiões aprazíveis e propícias aos que expiam suas faltas por meio de enfermidades complexas. Sinal de que a misericórdia do Pai sempre se fez presente em nosso favor.
Pois bem. No livro “Entre a Terra e o Céu” (FEB), André Luiz, odestacado repórter do Mundo Maior, descreve o auxílio prestado a umaenferma portadora de câncer, cujo perispírito desdobrado pela ação da hipnose, foi trazido para a orla marítima e ali submetido ao recebimento de intensas cargas de energias revigorantes. Ora, por setratar de uma enfermidade grave André Luiz questiona se aquele tipo de tratamento poderia repercutir favoravelmente no doente encarnado e, sustar, até mesmo, a multiplicação desordenada das célulascancerígenas. Recebe, então, os seguintes esclarecimentos do orientador prestimoso:
“— Realmente, na obra assistencial dos espíritos amigos, que interferem nos tecidos sutis da alma, é possível, quando a criatura se desprende parcialmente da carne, a realização de maravilhas.” (1)
A informação é preciosa e nos convida a algumas reflexões. Em média, ocorpo físico, passa a terça parte do dia adormecido. Porém, o espírito não adormece. Durante o sono, a alma pode dissociar-se do invólucro carnal com maior facilidade e estabelecer contatos estreitos com os desencarnados. Tais ocasiões são propícias às intervenções dos bons espíritos no corpo espiritual de imenso contingente de enfermos, com oobjetivo de promover o reequilíbrio e a restauração da saúde física.
“Atuando nos centros do perispírito, por vezes efetuamos alterações profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se fixam no corpo somático, de maneira gradativa. Grandes males são assim corrigidos, enormes renovações são assim realizadas.” (2)
O corpo espiritual ou psicossoma, na condição de modelo organizador biológico, canaliza para o campo físico a energética espiritual responsável pelo estado de equilíbrio e saúde ou desarmonia e doença.
Por isso, no diálogo travado com André Luiz, o seu instrutor espiritual ressalta a importância do desdobramento pelo sono físico, ocasião em que o perispírito do enfermo pode ser transportado para um dos locais anteriormente citado, com a finalidade de submeter-se à mediação assistencial dos espíritos amigos. Tais entidades detêm a possibilidade de intervir profundamente nos tecidos sutis da alma, nos centros de força do perispírito, nos órgãos diferenciados da anatomia astral, por enquanto, inacessíveis à manipulação costumeira dos médicos terrenos.
Tudo aquilo que repercute na matéria orgânica origina-se nos escaninhos da alma. A doença nada mais é do que o resultado da desarmonia plasmada no corpo astral em decorrência dos atentados cometidos contra a Lei de Harmonia Cósmica. Por conseguinte, nada mais justo do que se induzir a harmonia psicofísica de dentro para fora, do perispírito para o corpo físico, assim como rezam os postulados daverdadeira medicina espiritual, logicamente na dependência do grau de merecimento do próprio enfermo e de seu esforço no sentido da renovação moral.
Absorvidos pela rotina hospitalar, em inúmeras ocasiões, os médicos não entendem a rápida recuperação de doentes relativamente graves.
Poucos imaginam que a súbita melhora possa resultar da intervenção invisível dos terapeutas desencarnados durante o sono físico daqueles portadores de moléstias variadas e complexas.
“... os centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis, quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno esse a que atendem habitualmente os médicos e enfermeiros desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e transformações no comportamento celular, mediante intervenções no corpo espiritual, segundo a lei do merecimento, recursos esses que se popularizarão na medicina terrestre do grande futuro.” (3)
Por isso, consideramos oportuno que se conheça, desde já, os procedimentos invisíveis executados nas estruturas mais profundas doagregado humano nos trabalhos de cura física executados pelos espíritos amigos. Procedimentos que, segundo o autor espiritual,estarão suficientemente popularizados na medicina do porvir.
E qual a importância da generalização de tais conhecimentos? Facilitar na prática as tais operações transcendentais, mediante a adoção de postura receptiva dos candidatos aos benefícios consentidos pelos socorristas do Mundo Maior.
Motivados pelos fatos reconhecemos o quanto, os ensinamentos espíritas, servem para ampliar a nossa percepção a respeito da açãofluídica da espiritualidade.
Os mensageiros do bem recebem de instâncias superiores a permissãopara minimizar as dores humanas, cooperando assim, com a medicina na recuperação das enfermidades mais críticas. Prova de que a misericórdia do Pai se constitui verdadeira lei acatada por aquelesque cultivam em grau maior os sentimentos de compaixão e fraternidade.
O tratamento médico dispensado pelos socorristas invisíveis é amplo e indistinto, repercutindo favoravelmente sobre as desarmonias psicofísicas dos enfermos confiantes na providência divina.
Portanto, não é justo pensar que os encarnados devam se beneficiarapenas dos procedimentos desobsessivos dispensados pelas casas espíritas, e que devam deixar para a medicina comum os problemas deordem física. A nosso ver, urge uma postura conciliatória, pois nada impede a conjugação interplanos de esforços terapêuticos, visando a restauração da saúde integral.
Ao mesmo tempo em que os médicos terrenos desempenham o papel que lhes compete, os terapeutas desencarnados contribuem com técnicas altamente sofisticadas capazes da recompor o corpo astral enfermiço, de forma a predispor o organismofísico ao processo de restabelecimento mais rápido e suave.
Diríamos, finalizando: entendemos que as preces intercessórias podem e devem ser dirigidas aos que enfrentam graves enfermidades orgânicas, com a certeza de que os benfeitores do Alto, de acordo com os méritos pessoais de cada doente, ali estarão dispensando os recursos de ordem médica jamais sonhados pela ciência acadêmica.
Referências bibliográficas:
(1) André Luiz/Francisco C. Xavier; “Entre a Terra e o Céu”; Cap.V; pg.30; 13ª edição, FEB, 1990.
(2) Idem.
(3) André Luiz/ Francisco C.Xavier e Waldo Vieira; “Evolução em DoisMundos”; Cap. II; pg.29; 3ª edição, FEB, 1971.
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