Recordação do Natal
Emmanuel
Não permitas que o júbilo do Natal vibre em teu coração, à
maneira de uma lâmpada encarcerada...
Toma o facho de luz, que a mensagem do Céu acende ao redor
de teus passos e estende-lhe a claridade sublime.
Não te detenhas.
Avança, com alegria e humildade.
Se a fé resplandece em teu santuário interior, que importam
a ventania e o temporal?
O sol, cada manhã, penetra os recôncavos do abismo, sem
contaminar-se.
Segue, invencível em tua esperança e sereno em tua coragem,
sob a inspiração
da fraternidade e da paz!...
Sê um raio estelar da sabedoria, para a noite da ignorância;
sê a gota de orvalho da consolação e do carinho, que diminua a tensão do
sofrimento, por onde passes; sê o fio imperceptível da compreensão e do auxílio,
que dissipe o nevoeiro da discórdia; sê a frase simples e boa, que ajude e
reconforte, onde o fogo do mal
esteja crestando as flores do bem...
Um sorriso realiza milagres.
Um gesto amigo ampara a multidão.
Com algumas palavras, o Cristo articulou o roteiro
regenerativo do mundo e, com a bênção da própria renúncia, retificou os caminhos da
Humanidade.
Renovam-se, no Natal, as vibrações da Estrela do Amor, que
exaltou, com Jesus, a glorificação a Deus e ao reino da boa vontade,
entre os homens.
Jamais ensurdeçamos, ante o apelo celestial que se repete.
Ampliemos a comunhão fraterna e louvemos a cooperação,
porque, anualmente, o Cristo nos requisita à verdadeira
solidariedade, a fim de que, em nos tornando mais irmãos uns dos outros, possa Ele nascer,
em espírito, na manjedoura do nosso coração, transformando em incessante e
divino Natal todo os dias da nossa vida.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Antologia
Mediúnica do Natal, Cap. 74.
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