86-O POSTE
Casimiro Cunha
No quadro que te rodeia, em pleno bem destacado, hás de ver no poste humilde um servidor devotado.
Encontra-se em toda parte, com a decisão de quem zela, na cidade mais formosa, na lavoura mais singela.
Conhece o rumo acertado das fábricas, das usinas, coopera nos resultados do esforço das oficinas.
Ao calor do sol a pino, como à frescura do orvalho, sempre firme no seu posto, exemplifica o trabalho.
Atende aos bens do serviço, noite toda, dia inteiro, ampara a luz da avenida, como escura um chuchuzeiro.
Se há lugarejo às escuras, em justa necessidade, o poste vence as distancias, em busca da claridade.
Operários sem recursos, para o pão de cada dia?
Vai direto às quedas da água, à procura da energia.
Auxilia nos transportes, coopera nas ligações, segura avisos na estrada, fornecendo informações.
Não cobra, por seus trabalhos, nem ordenados, nem multa, na sua doce humildade é um benfeitor que se oculta.
O poste compele o homem, sem vaidade, sem cobiça, a fugir, em qualquer parte dos venenos da preguiça.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 86, p.87.
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