89-O REMÉDIO
Casimiro Cunha
O doente neste mundo, que deseje melhorar, jamais encontra remédio saboroso ao paladar.
Por ministrar reconforto, fazendo caminho à cura, o melhor medicamento tem ressaibos de amargura.
Todo enfermo esclarecido, de senso nobre e louvável, já sabe que seu remédio tem gosto desagradável.
Se a memória é renitente, mais áspera e mais revel, a justa medicação amarga, sabendo a fel.
Por vezes, a beberagem não basta à restauração, é preciso o bisturi na zona de intervenção.
Contra o campo infeccioso, providência compulsória, angústias do pensamento sobre a mesa operatória.
Há remédios variados: Purgante, choque, sangria, compressas e pedilúvios, recursos de cirurgia.
Sempre o fel do sofrimento amigo, reparador, tortura que retifica a dor que remove a dor.
Se é grande o sacrifício no campo da cura externa, pondera sobre o equilíbrio necessário à vida eterna.
Nos dias de grandes dores, vive a fé, guarda-te em calma.
Grandes males no teu corpo são remédios na tua alma.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 89, p.90.
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