93-O TIJOLO
Casimiro Cunha
Dos serviços da olaria, onde há lama em desconsolo, é justo aqui salientar as sugestões do tijolo.
Barro pobre e ignorado, extraído em baixo nível, a princípio não parece mais que lama desprezível.
Batido, dilacerado, ao peso do amassador, é pasta lodosa e humilde do subsolo inferior.
Após o rigor imenso de luta grande e escabrosa, levado ao forno candente, sofre a queima dolorosa.
Apagado o fogo rude, o tijolo pequenino, embora a modéstia enorme, é retângulo divino.
Saiu da lama humilhada, foi pisado de aspereza, foi queimado, mas agora é base de fortaleza.
Apesar da pequenez, é a nota amiga e segura, que constrói bondosamente a casa da criatura.
É a bênção, filha do pó, que as fornalhas não consomem, é terra purificada, servindo de abrigo ao homem.
Procura, amigo, entender este símbolo profundo: Não te esqueças do trabalho na olaria deste mundo.
Tão logo purificares o barro inferior do mal, a experiência é o tijolo em tua casa imortal.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 93,p.94.
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