Corpo
Emmanuel
Abstendo-nos de qualquer digressão científica, porquanto os
livros técnicos de educação usual são suficientemente
esclarecedores no que reporta aos aspectos exteriores do corpo humano, lembremo-nos de que
o Espírito, inquilino da casa física, lhe preside à formação e à
sustentação, consciente ou inconscientemente, desde a hora primeira da organização
fetal, não obstante quase sempre sob os cuidados protetores de Mensageiros da
Providência Divina.
Trazendo consigo mesmo a soma dos reflexos bons e menos bons
de que é portador, segundo a colheita de méritos e prejuízos que
semeou para si mesmo no solo do tempo, o Espírito incorpora aos moldes
reduzidos do próprio ser as células do equipamento humano, associando-as à
própria vida, desde a vesícula germinal.
Amparado no colo materno, estrutura-Se-lhe o corpo mediante
as células referidas, que, em se multiplicando ao redor da matriz
espiritual, como a limalha de ferro sobre o ímã, formam, a principio, os
folhetos blastodérmicos de que se derivam o tubo intestinal, o tubo nervoso, o tecido
cutâneo, os ossos, os músculos, os vasos.
Em breve, atendendo ao desenvolvimento espontâneo, acha-se o
Espírito materializado na arena física, manifestando-se pelo veículo
carnal que o
exprime.
Esse veículo, constituído por bilhões de células ou individuações microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica, emitindo irradiações próprias e assimilando as irradiações do plano em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
Esse veículo, constituído por bilhões de células ou individuações microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica, emitindo irradiações próprias e assimilando as irradiações do plano em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
Desde a fase embrionária do instrumento em que se manifestará
no mundo, o Espírito nele plasma os reflexos que lhe são
próprios.
Criaturas existem tão conturbadas além-túmulo com os
problemas decorrentes do suicídio e do homicídio, da delinqüência e da
viciação, que, trazidas ao renascimento, demonstram, de imediato, os mais
dolorosos desequilíbrios, pela disfunção vibratória que os cataloga
nos quadros da patologia celular.
As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da
posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a
internação na esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da
desarmonia interior em que fomos comprometidos.
Surgem, porém, outras cambiantes dos reflexos do passado na
existência do corpo.
Culpa disfarçada e dos remorsos ocultos.
São plantações de
tempo certo que a lei de ação e reação governa, vigilante, com segurança e
precisão.
É por isso que, muitas vezes, consoante os programas
traçados antes do berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada
por estranhas provações, em plena prosperidade material, ou por desastres
fisiológicos de comovente expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a
saúde.
Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e
que não há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela
amigo da solução dos próprios débitos.
A prática do bem, simples e infatigável pode modificar a
rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante,
interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos,
atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz
e apoio, segundo a lei do auxílio.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento
e Vida, cap.14, p.25-26.
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