Instrução
Emmanuel
Já se disse que duas asas conduzirão o espírito humano à
presença de Deus.
Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.
Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço aos semelhantes, a
criatura se ilumina e aformoseia por dentro, emitindo, em favor dos outros,
o reflexo de suas próprias virtudes; e, pela sabedoria, que começa na
aquisição do conhecimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do
progresso, que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo-a para
o Alto.
Através do amor valorizamo-nos para a vida.
Através da sabedoria somos pela vida valorizados.
Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a
bondade.
Bondade que ignora é assim como o poço amigo em plena
sombra, a dessedentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho.
Inteligência que não ama pode ser comparada a valioso poste
de aviso, que traça ao peregrino informes de rumo certo, deixando-o
sucumbir ao tormento da sede.
Todos temos necessidade de instrução e de amor.
Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação.
Toda a cultura intelectual é formada em cadeia de gradativa
expansão.
As civilizações sucedem-se, ininterruptas, ao influxo da
herança mental.
A arte, na palavra ou na música, no buril ou no pincel,
evolui e se aprimora, por
intermédio da repercussão a exprimir-se no trabalho dos
cultivadores do belo,
que se inspiram uns nos outros.
A escola é um centro de indução espiritual, onde os mestres
de hoje continuam a tarefa dos instrutores de ontem.
O livro representa vigoroso ímã de força atrativa, plasmando
as emoções e concepções de que nascem os grandes movimentos da
Humanidade, em todos os setores da religião e da ciência, da opinião e da
técnica, do pensamento e do trabalho. Por esse dínamo de energia
criadora, encontramos os mais adiantados serviços de telementação, porquanto, a
imensas distâncias, no espaço e no tempo, incorporamos as idéias dos espíritos
superiores que passaram por nós, há Séculos.
Sócrates reflete-se nas páginas dos discípulos que lhe
comungavam a intimidade, e, ainda hoje, consumimos os elevados
pensamentos de que foi ele o portador.
Retrata-se Jesus nos livros dos apóstolos que lhe dilataram
a obra, e temos no Evangelho um espelho cristalino em que o Mestre se
reproduz, por divina reflexão, orientando a conduta humana para a
construção do Reino de Deus entre as criaturas.
Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos,
colocando-nos a caminho de novos horizontes na vida.
Corre-nos, pois, o dever de estudar sempre, escolhendo o
melhor para que as nossas idéias e exemplos reflitam as idéias e os
exemplos dos paladinos da luz.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento
e Vida, Cap.4, p.07.
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