Desintegrar
Uma nave russa descontrolada está para cair sobre a Terra,
informam os tabloides.
Pesando cerca de oito toneladas, um objeto enorme sobrevoa
nossas cabeças e ninguém sabe ao certo onde irá desabar.
Tal notícia poderia gerar pânico, certamente, a não ser por
um único detalhe: o artefato se desintegrará, totalmente, em sua reentrada na atmosfera
terrestre, fazendo restar apenas alguns pequenos e inofensivos destroços quando
chegar ao chão.
Isso se dá por estarmos muito bem protegidos pela densa
atmosfera terrestre que, graças ao atrito que gera na reentrada em velocidade
desses objetos, desintegra-os, em altíssimas temperaturas.
O ar vai se tornando mais denso à medida que a altura
diminui, isto é, quanto mais perto da crosta, mais denso é o ar, e mais atrito
gera.
É esse mesmo fenômeno que nos protege de meteoros e de todo
lixo espacial.
A atmosfera densa da Terra desintegra os corpos em sua
entrada.
* * *
Espiritualmente falando, o planeta Terra também é
responsável pela desmaterialização das almas.
Quando na encarnação, estamos submetidos a muitas
experiências, a muitas provas, a dores que vão, lentamente, nos desintegrando,
isto é, retirando as camadas mais duras, mais rígidas e materiais.
Muitos de nós, para sobreviver e para seguir em frente,
precisamos nos desconstruir e começar de novo.
E a atmosfera espiritual da
Terra propicia o campo de experiências para isso.
Renovar as ideias.
Deixar de pensar como pensávamos.
Deixar
de agir como agíamos.
Deixar de lado vícios antigos.
São muitas as formas de
nos desintegrarmos em vida para nos reintegrarmos, novamente, nos braços do
Criador.
A reentrada na Terra nos expõe a altas temperaturas, que
muitas vezes não sabemos se vamos suportar ou não.
Se olharmos de perto veremos
apenas uma grande bola de fogo, um incêndio.
Porém, observando à distância, numa noite escura, cada uma
daquelas estrelas cadentes é, na verdade, um astro que está se tornando melhor.
A reencarnação nos proporciona essa reentrada no cenário
terrestre.
Uma oportunidade sem igual para nos burilarmos, para nos
reconstruirmos, para que retiremos de nós todas as carapaças, todas as
estruturas espessas que fomos acumulando, ao longo dos tempos, e que nos
mostremos como verdadeiramente somos.
A essência, Espírito.
Diariamente reentram na atmosfera da Terra milhares de
Espíritos, como estrelas cadentes riscando de fogo a cúpula noturna.
Renascemos muitas vezes e cada vez somos menos matéria e
mais Espírito.
Menos dor e mais alegria.
Menos egoísmo e mais caridade.
Renascemos, também, muitas vezes, dentro da própria
encarnação, cada vez que percebemos que retiramos um peso dos ombros ou
deixamos de odiar, ou passamos a amar mais.
Desintegrar-se é ser mais doação e menos apego; é ser mais
indulgência e menos julgamento; é ser mais perdão e menos mágoa.
Desintegrar-se...
Comecemos...
Redação do Momento
Espírita. Disponível em www.momento.com.br
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