22-A FAXINA
Casimiro Cunha
De manhã, em toda casa, ar puro, janela aberta, a higiene determina o movimento de alerta.
É o asseio proveitoso que começa com presteza, expulsando o pó de ontem nos serviços da limpeza.
A vassoura range, range, no polimento ao soalho, sem desprezar coisa alguma na expressão do seu trabalho.
Vêm escovas cuidadosas ao lado de espanadores e renova-se a paisagem dos quadros interiores.
A água cariciosa que se mistura ao sabão, carreia o lixo, a excrescência, enche baldes, lava o chão.
Os livros desafogados mostram ordem nas fileiras, convidando ao pensamento do cinco das prateleiras.
Os móveis descansam calmos, de novo brilho o verniz.
Toda a casa fica leve, mais confortada e feliz.
A limpeza efetuada é novo impulso à energia, multiplicando as estradas de esforço e sabedoria.
A faxina, qual se chama, na linguagem da caserna, tem seu símbolo profundo nos campos de vida eterna.
Muita gente sofre e chora, na dor e na inquietação, por nunca fazer faxina nas salas do coração.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 22, p.21.
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