26-A FACA
Casimiro Cunha
A faca, inegavelmente, embora não acerada, oferece algum perigo à pessoa descuidada.
Entretanto, muitas vezes, no serviço rude e forte, não se pode prescindir do concurso do seu corte, pleno campo.
Plantações.
Verdura a perder de vista.
A faca auxilia sempre no trabalho ruralista.
Nas fábricas operosas, onde a prudência a conserva, está pronta e decidida no serviço ou na reserva.
No esforço de cooperar, permanece dia inteiro atendendo eficazmente ao lado do sapateiro.
Contribui nas selarias, onde o trabalho é uma escola, obedecendo ao seleiro, dando o bem, cortando a sola.
Em casa, está sempre firme, excelente companheira, respondendo a muito caso que concerne à cozinheira.
Depois de formar, atenta, no preparo à refeição, segue, humilde, para a mesa e ajuda a partir o pão.
Mas a faca que é tão útil, tão valorosa e singela, é muito desagradável no pulmão ou na costela.
Forçoso é reconhecer que a faca vive a ensinar que cada coisa no mundo tem seu tempo e seu lugar.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP: Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 26, p.25.
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