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segunda-feira, junho 14, 2021

29-A LÂMPADA - Casimiro Cunha

 


29-A LÂMPADA

Casimiro Cunha

 

Em casa, a lâmpada acesa, singela e despercebida, constitui lição patente das mais nobres que há na vida.


Contra a noite escura e espessa, que se espalha e reproduz, envolve-se de energia, resplandece e traz a luz.


Seu trabalho é grande e simples, difundindo o sol do bem.


Não discute, não pergunta, dá sempre, não olha a quem.


Ilumina o gabinete de pesquisa ou leitura, como aclara a agulha humilde da máquina de costura.


Envolve com a mesma luz a velhice, a enfermidade a infância, a alegria, a dor, e os sonhos da mocidade.


Há tumultos, há prazeres?


Amarguras, agonia?


Se não sofre violência, eis que a lâmpada irradia.


Serena, silenciosa, não se aflige, não consulta, nada pede, além da força que lhe vem da usina oculta.


Revela todo detalha, sem contendas, sem perigo.


A sua demonstração é o foco que traz consigo.


Não exige condições por servir e iluminar, e define seu ruído cada coisa em seu lugar.


Pensemos em nossa glória quando formos, irmãos meus, como lâmpadas do Cristo na usina do amor de Deus.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 29, p.30.

 

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